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  • Vinicius Fonseca

Entrevista com Mau Espejel, o Master Of Air escolhido pela Nike Global


Mauricio Espejel é do México e ele foi escolhido como um dos Master Of Air em 2016 pela Nike Global (para ver mais, assista esse vídeo aqui). E a parte mais legal? Ele está presente no grupo I Love Sneakers aqui do Brasil, compartilhando experiências conosco e conversando sobre aquilo que mais gostamos, os tênis, e no caso, o Air Max.

Em parceria com o grupo, realizamos uma entrevista com esse Master Of Air, confiram abaixo!

1 - Mau, por favor, se apresente para quem ainda não te conhece.

Olá a todos, eu sou Mau Espejel, tenho 30 anos, moro na Cidade do México e participei do projeto global da Masters of Air da Nike em 2016, como representante da América Latina.

2 - Sabemos a sua história sobre quando começou a comprar Air Max, mas quando realmente percebeu que era colecionador/sneakerhead? Houve algum par específico ou momento determinante?

No final de 2012 me perguntaram se eu colecionava tênis (eu já tinha muitos), e eu respondi: eu não sabia que tênis eram colecionáveis.

A partir desse momento comecei a investigar tudo sobre o Air Max, TUDO! Eu li sobre uma colaboração com a loja CLOT, em meados de 2013, e no final daquele ano fui em direção a minha primeira linha para o "Kiss Of Death 2", que foi o momento em que tudo explodiu.

Até agora não me considero "sneakerhead", acho que ainda tenho muito a aprender e o selo de colecionador gosto de deixar para quem não usa tênis. Na verdade, eu me considero um entusiasta.

3 - Poderia descrever com é a cena sneakerhead no México? Como vocês acompanham as notícias de lançamentos/eventos? Os lançamentos globais estão chegando ao país?

A cena no México é muito complicada atualmente. Nós tivemos três anos muito bons: lançamentos, eventos, marcas, mas também muitos revendedores. Pessoas que contribuem muito, mas outras que apenas querem aparecer.

Temos um programa de rádio online, existem blogs especializados, há um evento muito parecido com o SneakerCon que rola nos Estados Unidos. Marcas também estão apostando muito no país porque temos potencial.

Estamos recebendo quase todos os lançamentos globais da Nike e Adidas. Toda semana há filas nas lojas e pelo menos há um evento todo mês. A Nike recentemente habilitou duas casas, uma da coleção feminina "Reimaginada" e "House of Go" para as pessoas experimentarem o Epic React. Também há movimento da Adidas para apresentar seus produtos. Dessa forma, vamos passar praticamente o ano todo com atividades.

4 - Como foi receber a escolha da Nike para ser Master of Air? Tinha consciência que era um dos maiores colecionadores de Air Max?

Foi uma surpresa, eu não esperava. Eles vinham me seguindo nas redes sociais há quase um ano. Quando me perguntaram se eu queria participar do Air Max Day de 2016, eu disse sim, mas achei que seria algo para ajudar na festa, não para fazer parte de um documentário.

Até hoje, me custa um pouco ser reconhecido mundialmente como um dos principais colecionadores, embora eu não aparecesse no documentário por esse motivo.

5 - Na sua coleção, consegue listar o seu top 5? E qual modelo ainda falta, algum Holy Grail?

Os tops são sempre difíceis porque há alguns que sempre ficam de fora, mas acho que listar 5 para as melhores experiências é mais fácil. Sem ordem de importância:

1. Air Max 90 x Atmos "Camo". Levei 3 anos para obtê-los.

2. Air Max 1 "Master" Friends & Family”. Foi incrível viajar para Portland e conhecer os esboços.

3. Air Max 90 "Dia dos Mortos". Demorei 7 anos para conseguir... Colaboração com um designer mexicano.

4. Air Max 1 SUPREME "Animal Pack". Não encontrava para comprar nada por menos de 1.200 euros, e ainda sim usados. Posteriormente, consegui achar via instagram, novos, por 970 euros, com caixa e todos os extras.

5. Air Max 1 "Bespoke". Projetar seu próprio Air Max com materiais premium é um sonho.

Eu ainda gostaria de ter o Air Max 1 Kidrobot (2005), Air Max 1 Powerwall "Lemonade" e o Air Max 1 "Amsterdam"; mas meu grail mesmo é Air Max 1 SP "Berlin", apenas 50 pares no mundo e distribuído no formato F&F. Estou disposto a pagar até 2.500 dólares por eles. Eu sei, sou louco, mas sou obcecado pela camuflagem e painéis fundidos.

Ainda sinto falta do Air Max 90 "Hyvent Orange" de 1989 ou 1990, mais conhecido como "Infrared" de 2013.

6- Agora que você faz parte do grupo I Love Sneakers aqui no Brasil, consegue identificar similaridades entre Brasil e México?

Uma semelhança é que todo mundo gosta de vender, hahaha, calma, brincadeira. Semelhança é a forma como consumimos e também que existem muitas pessoas que sabem, gostam e veem como parte de sua vida e não como um hobby. Muito respeito por isso.

7 - Você acha que podem surgir novos Master of Air? Qual é caminho para chegar a esse status?

Neste momento acho complicado que outro grupo apareça ou que a Nike Global faça novos projetos. E se em algum momento isso acontecer, a estrada é fácil: use o seu Air Max, viva, mostre sua paixão por ele, compartilhe-o e torne-se visível.

Se alguém tinha dúvidas sobre como cheguei aqui, essa é a resposta. Eu tenho usado o Air Max todos os dias durante 8 anos, eu os fiz parte da minha vida. Agora todas as crianças na rua que me veem com Air Max se identificam.

8 - Por favor, deixei um recado para os sneakerheads brasileiros e, para aqueles que estão no início de uma coleção, qual a sua dica? Quantidade ou foco nos mais exclusivos?

Eu sei que é incrível seguir as tendências que vemos no Instagram, influências de pessoas usando Off White e Yeezys, mas você sabe, esses modelos ou marcas não lhe dão personalidade, mas damos personalidade para o que usamos.

Então, compre o que você gosta, se adapte ao seu estilo, o que te deixa empolgado, que lhe traga prazer em desfrutar.

Não seja igual a todos. Tênis não é uma questão de competição, ninguém é melhor por ter muitos, ninguém é melhor por ter mais exclusividade. Também não é uma questão econômica: um monte de dinheiro, muitos tênis, pouco dinheiro, alguns tênis. No fim, vale o esforço para amar aquilo que você tem.

Outra dica, pergunte, pergunte sempre e não fique com dúvidas. Gosto de fazer amigos em todo o mundo, então não há desculpas para não aprender.

Obrigado a quem veio aqui, agradeço ao Vinicius pelo espaço e espero poder trazer algo novo, mesmo à distância.

Essa foi a entrevista completa com Mauricio Espejel do México, espero que tenham gostado e lembrem-se de seguir o que Mau falou, use o que você gosta! Até a próxima pessoal.

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